Publicado: Quarta, 31 Julho 2024 12:21
Última Atualização: Quarta, 31 Julho 2024 13:49
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31 de julho 2024

Agosto começa com a JORNADA BIOARP! Diálogos das Ciência Aquática e Sociedade.

Na semana de 5 a 9 de agosto será realizada no município de Maracanã e na cidade de Belém a JORNADA BIOARP “Padrões de biodiversidade na pluma do Rio Amazonas: uma abordagem transdisciplinar”. A Jornada BIOARP é uma ação organizada em conjunto entre o ISARH-UFRA (Brasil) e o MARBEC (França), e financiada pelo projeto “Fundo Equipe França de Ação da Amazônia sobre Mudanças Climáticas e seus Impactos” (FEFACCIon) que foi lançado recentemente na capital do estado do Pará.

Os objetivos da BIOARP são:

Realizar um encontro científico transdisciplinar internacional sobre padrões de biodiversidade na pluma do Rio Amazonas (ARP) no contexto dos projetos AMAZOMIX e TAPIOCA;
Realizar uma introdução sobre métodos emergentes para estudar a biodiversidade aquática;
Promover o diálogo ciência-sociedade sobre biodiversidade no contexto da mudança climática global.

Esta ação está diretamente inserida nas atividades do Laboratório Conjunto Internacional “Laboratório Interdisciplinar Tropical Atlântico sobre dinâmicas físicas, biogeoquímicas, ecológicas e humanas” (IJL TAPIOCA; www.tapioca.ird.fr). O TAPIOCA promove a interdisciplinaridade criando uma rede e servindo como um guarda-chuva para vários projetos nacionais e internacionais. A capacitação e a extensão são pilares do TAPIOCA, através do desenvolvimento e fortalecimento de novas infraestruturas e laboratórios, e a interação entre ciência e sociedade.

No âmbito do IJL TAPIOCA, foi realizado em agosto-outubro de 2021, a pesquisa multidisciplinar “Mistura da plataforma amazônica e seus impactos nos ecossistemas” (AMAZOMIX) para estudar o impacto da pluma do rio Amazonas, marés internas e mistura turbulenta associada, em ecossistemas marinhos em regiões contrastantes da plataforma amazônica. Para este fim, o projeto multidisciplinar AMAZOMIX reuniu físicos, biogeoquímicos, bio-ópticos e biólogos.

Desta forma, a Jornada BIOARP foi planejada como um encontro científico transdisciplinar para analisar, interpretar e valorizar os resultados do levantamento obtidos pelas universidades envolvidas no norte e nordeste do Brasil: UFRA e UFPA de Belém e UFPE de Recife, e o IRD da França. Este levantamento analisou dados de biodiversidade do plâncton (fitoplâncton, zooplâncton, ictioplâncton), comunidades de macroalgas, peixes e presença de micro plásticos. Para esse propósito, a Jornada BIOARP reunirá pesquisadores e estudantes brasileiros e franceses de uma variedade de disciplinas, incluindo oceanografia, sensoriamento remoto, taxonomia, ecologia e genética.

Junto com o encontro científico foi organizada uma sessão introdutória a métodos emergentes no estudo das ciências aquáticas direcionada a profissionais e estudantes de graduação e pós-graduação da UFRA e UFPA. Duas sessões de meio dia serão organizadas na UFRA/Belém para compartilhar sobre as:

Análises semiautomatizadas de plâncton (ZooScan, PlanktoScope) e tratamento de imagens (ECOTAXA),
Bases do uso de técnicas relacionadas a DNA ambiental pela barcoding e metabarcoding para estudar a biodiversidade aquática,
Técnicas físicas no estudo de ondas de calor,
Observações espaciais da cor da água para o estudo da dinâmica biogeoquímica de imagens satélites.

Para abrir está jornada vamos realizar uma atividade de extensão no município estuarino de Maracanã (PA), localizado a 210 km de Belém, onde os pesquisadores da UFRA participam do conselho deliberativo da RESEX de Maracanã, gerenciado pelo ICMBIO. A proposta BIOARP faz parte das ações do grupo de Educação Ambiental instituído dentro do conselho da RESEX. Primeiro será realizada uma reunião junto com o grupo de educação ambiental para criar um mapa participativo da bacia de Maracanã focando nas áreas de demanda da comunidade, para serem estudadas em conjunto com os pesquisadores da UFRA. Em campo, vamos fazer uma demonstração para os membros da RESEX, alunos e professores de escolas públicas dás técnicas básicas para coletar plâncton e medição das características físico-químicas da água. Posteriormente, vamos levar esses organismos para a sede do Clube de Ciências da escola Francisco Nunes (https://clubeazul.net/) para observar os organismos de plâncton vivos e fixados com auxílio de microscópio e do PlanktoScope, equipamento semiautomatizado portátil para análise de fito e protozooplâncton. A escola Francisco Nunes foi a primeira escola azul do norte do Brasil e está realizando um trabalho junto com a UFRA na divulgação da ciência oceânica no âmbito da década dos Oceanos (2021 a 2030) no município de Maracanã e levando ciência para o interior da RESEX.

Profa. Dra. Xiomara Díaz

Docente do ISARH, UFRA

Conselheira da RESEX de Maracanã

Coordenadora no Brasil da Jornada BIOARP

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